Physik muss in die Philosophie aufgnommen werden aber in idealischer uebersetzung. - Der Geist der Mathematiker aber vermutlich nur durch die Methode und Form der Philosophie, und durch Mysticismus der mathematischen Principien. «aus dieser Mystisirung der mathematischen…
Hölderlin não justapõe os antigos aos Modernos, mas são os gregos que estão na posição oposta aos hespéricos. Desta forma, ele sublinha o caráter propriamente ocidental dos modernos em claro contraste à natureza oriental dos gregos. De fato, se no latim occidens designa o ponto onde o sol se põe (de occidere, isto é, deitar-se), o seu equivalente na língua alemã Abendland significa, literalmente, país da noite. Logo, a palavra hesperia, que deriva de hespera, isto é, a noite, com a qual os gregos indicavam a Itália, quer dizer, a região do poente em relação à Grécia.
O sentido real do princípio de identidade nada mais é do que a relação que é posta quando entra em cena esses dois conceitos: antecedente e consequente.
Exemplo do emprego do princípio de identidade
“o corpo é corpo”
Pensa-se a unidade recaindo no sujeito desta frase, isto é, “o corpo”. “É corpo” jaz aqui as propriedades singulares implícitas no conceito de corpo e que com ele se relaciona nos modos de antecedens e consequens. Em outras palavras, no modo implícito e no modo explícito, respectivamente.
Causalidade: superar o orgânico e o inorgânico (na natureza). Em um lugar, designadamente - desde a sua origem -, que é o lugar da morte, há aí um verme. Como é possível nascer a língua morta? Como da morte acontece a vida? Gest egal Geist.
A contingência que Marquês de Posa explicita ao rei em Don Carlos, Infante de Espanha, é igualmente uma explicação de uma tese muito difícil de lidar que Hölderlin viu claramente. A vida se dá até mesmo no mais morto. Vida é fermentação, vida é contingência da liberdade na natureza que está em completa contrariedade a qualquer lei positiva. O espírito é, antes de mais nada, fermentação, fermento, merda é compostagem.
Todo fundo radical da existência nos leva a geração. A gênese do Welt é fenômeno de ressonância para Hölderlin. No entanto, a origem não tem nada a ver com a geração. Esta última é percussão, ressonância, e pressupõe a teoria dos tons fundamentais. Para Hölderlin, o tom fundamental é todo som que é sempre entoação de dois. Esta reflexão é a condição de todo o conhecimento. Algo como o solo comum para os wittgensteinianos ou a riqueza da humanidade para os fregreanos. Para Herder, trata-se de linguagem. A gênese deste mundo então vai ser simbólica. A linguagem é entoação (Betonung) de sentimentos, e a própria natureza tendo, neste sentido linguagem, isto é, por igualmente produzir sons. A linguagem humana articula esses sons para produzir sentido.
A difícil tarefa do ouvido, tanto para Hölderlin quanto para Herder é que o ouvido exerce a escuta, em cada som, o seu outro, isto é, o seu harmônico, precisa ser tomado em consideração. A experiência fundamentalmente musical da gênese do mundo é ensaiada por Herder e a consumação dela é feita por Hölderlin. Portanto, qual seria a tarefa da poesia? Tarefa de tradução.
A tarefa da poesia é a tarefa de tradução, sendo que esta tarefa trataria da escrita visionária. Há uma dimensão ontológica na [tarefa da] tradução.
O princípio da poesia se tratando da escuta configura o futuro, o passado, a possibilidade e a concretude, igualmente a memória, concentrando-se em cada instante, como em um raio, a escuta é apreensão do tempo das coisas, ao mesmo tempo que, a criação do tempo das coisas. O ouvido é o sentido único. A palavra poética do tempo é o anúncio do fazer-se das coisas. A coisa é o seu devir e somente isso constitui o seu espírito. Toda relação com o passado só é possível por ser ela compreendida como uma escuta; a escuta do espírito do seu tempo.
A etimologia proposta por Leibniz segundo a qual Geist, espírito, é derivado da palavra Gest, fermento, palavra esta que sobrevive nas línguas escandinavas como jäst, é bastante profícua na escrita de Hölderlin. Deste modo, a relação viva com a palavra morta é um mistério da vida (uma fermentação). O que ocorre numa fermentação é uma pergunta necessária. Numa fermentação é que da morte acontece a vida. Os tolos dirão que se trata de um processo espiritual. Se enganam. Acham que entre pai e mãe só pode haver o filho, pois a condição da identidade do filho está satisfeita. Pode ele, então, nasce.
O que o Hölderlin não diz, mas o que precisamos fazer ele dizer, é que entre pai e mãe não pode haver a identidade do filho, pois a condição não está satisfeita a partir daqueles dois. Aqueles dois só podem ser porque há o filho, e isto não porque eles são condições de satisfação da identidade do filho. Ao contrário, não se trata mais de pensar em condições de satisfação. É o mistério onde o filho dá vida a identidade vocacionada ao fracasso: pai e mãe, dois ou três que na verdade é um: uma usina. Devo me redimir com Hölderlin, ele vai dizer que o filho é a condição de satisfação da identidade de pai e mãe.
O que eu quero dizer com tudo isso é que não é possível nascer. Ninguém nasce. Eu não nasci.
O que há entre o pão e o vinho é o processo de fermentação, para Hölderlin, isso se trata nada menos do que da alegria, a vida.
Pergunta que Hölderlin insiste em fazer:
Para que poetas em tempo de penúria/degeneração?
Resposta que ele insiste em dá:
Para errar de terra em terra e aproximar-se do misterioso, penetrando, assim, no aparecimento.
Nota única: Ao contrário de Llansol, que abandona Hölderlin no geral, mas não no particular desta carta, eu digo que é preciso abandonar o filho, a mãe, o pai.
Nota geral: A utopia ludista é o nosso ideal: acabemos com as fábricas, as usinas, e deitemos ao chão os instrumentos de nossa tortura.